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terça-feira, 24 de agosto de 2010

A inveja que VOCÊ mata !!!




Ouvi, por esses dias, que inveja é falta de capacidade. Mas, analisando o cerne da questão, não é bem isso. Inveja é, na realidade, a busca por essa tal capacidade. Busca para se obter a capacidade alheia, busca de ser tão capaz quanto o outro, e em muitos casos até mais-que este. Sentimos vontade de sermos melhores, ou mais capaz, quando vemos que existe alguém melhor, ou mais capaz, que nós.
Nós nos baseamos no bem de outrem para escolher o que possuir. Baseamo-nos no que os outros são para escolher em que se tornar. Buscamos ser capazes, comparando-nos com aqueles que julgamos que já são capazes. O problema eleva de nível quando há uma busca por ser mais capaz que a pessoa posta em comparação.
Não posso ser negligente a ponto de deixar passar o fato de que o sentimento a qual estou a me referir – inveja- é uma característica nata, basal do ser humano, afinal, sentir inveja está em nosso “couro”, mas, controlar o sentimento ou não, é parte integrante de nossa responsabilidade. Não podemos tapar os ouvidos para o que a bíblia altissonantemente grita !
Podemos sentir ciúmes porque um amigo recebeu uma gratificação no trabalho, mas podemos sentir esse ciúme e agir, tentar tirá-lo do cargo e perseguir o sonho de ocupar o seu lugar na empresa, numa tentativa absurda de ser “melhor” que ele. Este último caso desencadeia uma série de consequências piores que as que poderiam adivir se sentíssemos apenas ciúmes.
Quando se atinge o segundo nível, não há reparo que impeça as consequências, estas são muito mais evasivas.
Sentimos inveja como resposta à nossa natureza decaída e debilitada, mas nos tornamos invejosos, por não mantermos uma posição de constante observância bíblica.
Entenda bem, não estou defendendo que devemos ficar inerte ao sentimento de inveja quando ele representar o primeiro caso aqui descrito. Não estou me referindo que o primeiro caso é protagonizado por alguém bom, nem “menos pior” que o do segundo. Sou uma crítica ao pensamento pagão e à psicanálise popular difundida nos dias atuais que dizem que não devemos sentir o mínimo de culpa, cuidado e arrependimento pelos sentimentos negativos que são naturais do ser humano. Porém, quando falo da naturalidade desse sentimento, refiro-me ao fato de que está inserido em nossa natureza desde o momento da Queda e, desculpe-me os céticos de plantão, mas, isto é irrefutável. Ai alguém pergunta onde está Deus na questão. Porque ele não age no desapaecimento – ou porque é criador - desses sentimentos negativos. Eu respondo. Primeiro que o Deus criador não tem responsabilidades sobre o mau uso do livre arbítrio outorgado à nós. Ele criou, nós o despertamos . Ele criou, mas não colocou no meio de nós. Nós é quem o puxamos pela corda do livre arbítrio. Segundo, Deus não pode intervir e fazer com que o nosso colega de trabalho, nunca receba uma gratificação, a qual ele merece, só porque nós sentiremos inveja de seu progresso. Deus não é aquele gari da prefeitura que sai limpando as ruas do nosso ser, muito menos alguém que nos impede de fazer algo antes mesmo de nós o fazermos. Ele não é nosso pó de pirim-pim-pim. Ele é nosso Criador, não nossa maquininha de reparar ou impedir erros morais. O que tinha para fazer Ele já o fez; está lá no caminho entre o monte Sinai e a Cruz. Está na Lei, na Graça e na verdade (Jo. 1.7).
A palavra de Deus está ai para nós vivermos, não podemos culpar a Deus -justamente Deus- se não buscamos ter força suficiente para operá-la em nossas vidas.
Sempre vamos buscar a autoelevação. Sempre quereremos ser “capitães de nossa alma”. Depois do Renascimento onde o pensamento humanista entrou pela porta da filosofia, na sociedade, se já não possuíamos humildade perante Deus, a partir daqui é que não tivemos mais. Nós tentamos a todo instante ser melhores que nossos semelhantes e a única coisa que conseguimos é nos tornarmos mais parecidos ainda uns com os outros, a diferença é que a cada tentativa entramos em um nível mais decadente.
Os dias são maus e nós devemos tomar posição frente a uma geração perversa e corrompida pelo mau uso do livre arbítrio. O Senhor nos incita: “Não vos conformeis com este século, mas transformai pela renovação da vossa mente”.
(Direitos reservados)
Natalia Mendes